65% dos brasileiros entrevistados concordam com essa afirmação

Desde a tarde desta quinta-feira (27), o Brasil vive sob as desagradáveis surpresas descortinadas por uma pesquisa sobre a situação da mulher no país. De acordo com um levantamento realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.
Essa foi uma afirmação com que 65,1% das quase 4 mil pessoas ouvidas em 212 cidades brasileiras concordaram. Ainda no mesmo assunto, 58,5% assentiram que “se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupro”.
Outra chocante alegação é que 54,9% admitem que há diferença entre mulher para casar e par ir para a cama. Além disso, 27% dos entrevistados dizem que “a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade”.
O mais alarmante é que, segundo o IPEA, 66% dos abordados para a pesquisa eram mulheres. Para chegar aos números citados acima, os entrevistados deveriam ouvir afirmações sobre um determinado tema ligado à violência contra a mulher e dizer se concordavam plenamente, parcialmente, tinham opinião neutra, discordavam totalmente ou parcialmente.
Indignação na web
Além de ser assunto na mídia, a indignação gerada pelo resultado controverso e machista fez com que a jornalista Nana Queiroz criasse uma página no Facebook convidando todas que não concordam com as afirmações para se unirem em uma corrente online.
O movimento pede que mulheres tirem fotos de topless com uma faixa ou cartaz escondendo ou não seus seios com a frase: “Eu também não mereço ser estuprada”. As imagens devem ser postadas nesta sexta-feira (28), às 20h, com a legenda #EuNãoMereçoSerEstuprada.
“Você não concorda com isso? Nem eu! Então bora mostrar o corpo pra dizer isso? A ideia é que a gente tire a roupa e se fotografe, da cintura para cima, com um cartaz tampando os seios com os dizeres "Eu também não mereço ser estuprada" e postemos, todas juntas, ao mesmo tempo, online. Quem tá dentro?", diz a descrição do protesto.
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